“Deixe que outros falem de mim, meu papel é trabalhar (jogar)”. Para um tenista tão jovem, ter esta consciência com tão pouca idade pode ser uma das suas grandes diferenças que o levaram a se tornar campeão do US Open 2022 e o número um do mundo.
Veio para o Brasil com apenas 15 anos, onde mostrou que além do seu talento, foi cuidado tanto por seu treinador quanto por sua família. Ele tem uma equipe que cultiva atitudes baseadas na disciplina, no esforço e depois na recompensa. Seu treinador não deu os parabéns antes da conquista.
Vejo muitos jovens que aspiram o prêmio antes do esforço. Tenho visto pós-adolescentes sem estas percepções, e muitas vezes são fortalecidos pelos seus pais e ambientes que frequenta, inclusive os escolares.
O caso de Carlos Alcaraz lembrou-me de Guga – ícone do tênis masculino no Brasil e um dos maiores tenistas da história – mas, sobretudo, da mistura infalível das qualidades de empatia e humildade junto à técnica e ao talento.
Vencer um torneio como o US Open na mais jovem final dos últimos 20 anos – pois Alcaraz ganhou de outro jovem de 23 anos – mostra a potência e possibilidade de sempre ir além.
No dia 11 de setembro, em Nova York, honrar o dia, a memória, a importância para os americanos, se emocionar, falar do hard work, do time que o suporta devem ser inspiradores para os jovens da atualidade, independentemente da área que irão seguir, sejam tenistas ou não.
Pais, “treinadores” e escolas, busquem incentivar a perseverança e paciência nos jovens. Só desta forma poderão alcançar seu Grand Slam como Alcaraz alcançou. Independentemente de suas modalidades escolhidas, de suas áreas de estudo, carreiras ou ainda de seus propósitos, treinando essas competências, jovens terão a força de vitoriosos quando, por meio de seus passos, viverem as etapas, pois sabem que por trás de grandes conquistas, teve muito, mais muito trabalho e esforço.
Adriana Fóz, diretora na Neuroconecte, neuropsicóloga, psicopedagoga, educadora, palestrante TEDx Talks e especialista em emoções.