Entenda como o estilo de vida impacta a memória e saúde cognitiva

É importante ficar atento com esquecimentos frequentes, que prejudicam o desempenho no trabalho, nas atividades do dia a dia ou até mesmo nas relações sociais. Veja o que você pode fazer pela sua memória!

A expectativa de vida tem aumentado significativamente devido aos avanços na saúde e na medicina. Atualmente, as doenças cerebrais têm uma prevalência maior do que as doenças cardiovasculares e o câncer juntos.

A saúde cognitiva desempenha um papel crucial na realização eficiente das tarefas diárias e na busca por uma boa qualidade de vida, especialmente durante o processo de envelhecimento. Além disso, a saúde cognitiva está diretamente relacionada ao bem-estar emocional, possibilitando lidar de forma eficaz com o estresse e ter uma perspectiva mais positiva.

Com base em pesquisas e na experiência da Clínica de Neuropsicologia Integrativa Adriana Fóz, apresentamos algumas práticas para a saúde cerebral que podem contribuir para a manutenção de uma boa condição de memória, algo que preocupa mais de 50% das pessoas próximas aos 60 anos de idade.

Veja, seu estilo de vida tem tudo a ver com a velocidade do seu declínio cognitivo. Para aqueles que já estão enfrentando um processo de perda cognitiva, seja de forma natural ou como resultado de um acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo cranioencefálico (TCE) ou mesmo doenças como a COVID-19, alguns hábitos e exercícios podem retardar o declínio ou contribuir para a reabilitação.

Check-ups cognitivos regulares, por meio de Avaliação Neuropsicológica Integrativa, são importantes, pois evidências sugerem que o declínio das funções mentais pode estar relacionado a doenças não diagnosticadas. Manter a saúde cognitiva é, então, essencial para uma vida plena e equilibrada.

Nossa memória está relacionada à capacidade de manter informações a curto prazo durante a execução de uma tarefa, registrar e armazenar novas informações para uso futuro, além de acessá-las quando necessário.

A forma como você vive, sua alimentação, seus hábitos de consumo e como você cuida do seu corpo impactam a sua memória. Pequenos lapsos de memória não necessariamente indicam um problema sério, como o Alzheimer, mas podem estar relacionados às demandas excessivas do cotidiano e a uma gestão inadequada dessas demandas. É importante estar atento a esquecimentos repetidos e persistentes, que possam prejudicar seu desempenho no trabalho, nas atividades diárias ou nos relacionamentos sociais. Nesses casos, é recomendável buscar uma avaliação profissional.

Aqui estão 10 dicas do que você pode fazer pela sua memória:

1. Cuide das suas emoções

É importante reconhecer, identificar e lidar com nossas emoções, sem colocá-las para “debaixo do tapete”. Sentimentos difíceis que não são processados ou acalmados podem “inflamar” nossa mente, levando ao sofrimento e nos tornando mais vulneráveis a doenças.

A plasticidade emocional refere-se à capacidade de treinar conscientemente certas habilidades emocionais que podemos aprimorar para promover, recuperar ou modificar nosso desempenho e bem-estar. É um conjunto de competências emocionais que devem ser estimuladas para que possamos melhorar nossa performance e qualidade de vida.

2. Gerencie seu estresse

A concentração e a memória são afetadas pela agitação do seu dia a dia, mas o que realmente causa danos é a sensação contínua de ansiedade extrema, conhecida como estresse tóxico. Esse tipo de estresse persistente e constante tem um impacto negativo no sistema nervoso, hormonal e imunológico. Ter uma estratégia eficaz de gerenciamento do estresse é essencial não apenas para proteger sua memória, mas também para preservar sua saúde de maneira geral.

3. Durma bem

Uma boa noite de sono é essencial para consolidar as memórias, organizar emoções e reciclar funções mentais. Consumir telas, como celular e TV, antes de dormir pode atrapalhar a “faxina cerebral” que acontece durante o sono e desempenha o papel de consolidar as informações.

Além disso, alguns remédios para insônia também podem afetar sua memória. Por isso, sempre consulte um médico especialista antes de consumí-los.

4. Se você fuma, tente parar

Os fumantes têm um grau maior de perda de memória relacionada à idade e outros problemas de memória do que os não fumantes. 

5. Se você beber álcool, faça-o moderadamente

Beber muito álcool aumenta o risco de perda de memória e demência. 

6. Alimentação

Não existem fórmulas mágicas para evitar o declínio cognitivo. Nenhum remédio, vitamina ou alimento tem este poder, porém é fundamental seguir uma alimentação saudável que inclua:

  • Frutas, especialmente as frutas vermelhas; 
  • Legumes e grãos integrais;
  • Vegetais verdes-intensos, como couve e espinafre; 
  • Peixes, como salmão, bacalhau e atum leve; 
  • Chá e café; 
  • Nozes e castanhas;
  • Gorduras saudáveis, como azeite de oliva ou óleo de canola.

Outros alimentos têm o efeito oposto, sendo prejudiciais não apenas ao seu coração e vasos sanguíneos, mas também podem contribuir para o adoecimento, portanto, você deve limitar sua ingestão:

  • Carne vermelha, manteiga, creme de leite, e derivados.  
  • Açúcares refinados.  
  • Farinha refinada. 

7. Exercícios físicos

O exercício aeróbico, como correr, caminhar em ritmo acelerado ou andar de bicicleta, não só ajuda a queimar gordura, mas também tem um impacto positivo na estrutura e atividade cerebral. Ele auxilia na prevenção da perda cognitiva relacionada à idade e pode beneficiar pessoas que já apresentam algum grau de demência. Por outro lado, a prática de musculação pelo menos duas vezes por semana melhora a força, o tônus muscular e outros aspectos importantes para o corpo.

Além disso, atividades como participar de cursos, ler e discutir o que se lê, envolver-se em jogos coletivos e outras práticas similares promovem a atenção e a memória, bem como a capacidade de aprender novas informações, como o nome de alguém que você acabou de conhecer. 

8. Exercite o corpo e a mente

Alguém já te disse para respirar fundo quando estava chateado ou ansioso demais? Isso é ciência! O cérebro necessita de oxigênio para funcionar plenamente e reduzir a produção de hormônios de estresse, se sentindo mais calmo e focado. Yoga, tai chi, respiração profunda, meditação ou o ato de rezar ensinam você a integrar corpo, mente e respiração para alcançar relaxamento mental. 

9. Exercícios cognitivos

A estimulação cognitiva é essencial para proteger o cérebro durante o processo de envelhecimento. Ao buscar constantemente desafios e novidades, diversificar os exercícios mentais e ampliar o repertório de atividades, é possível fortalecer a capacidade cognitiva.

Aprender um novo idioma, resolver enigmas, jogar jogos de tabuleiro, viajar, apreciar peças teatrais, filmes, concertos e museus, além de estimular os sentidos por meio da música e da dança, são formas de exercitar e cuidar do cérebro para um envelhecimento saudável.

10. Sociabilização

Somos criaturas sociais. Interações sociais fortes podem proteger sua função de memória e cognitiva à medida que envelhecemos.

As dicas apresentadas, embasadas em pesquisas e experiência clínica, oferecem orientações para cuidar da memória e da saúde cognitiva. Caso haja suspeita de alterações nos componentes cognitivos, especialmente em casos sutis, é importante buscar profissionais qualificados que possam distinguir entre dificuldades normais, que todos podem experimentar, e possíveis déficits.

Portanto, vamos dar um “up” em nosso cérebro e desfrutar da jornada da vida com uma boa dose de risadas entre amigos, gerenciando adequadamente nossas emoções, buscando desafios estimulantes e, é claro, praticando jogos para exercitar a mente e enriquecer nossas lembranças.

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